Por se tratar de fenômeno social, pode ser visto “sob infinitos recortes”, então irei destacar apenas alguns pontos que mais me chamaram a atenção:
1. Lideranças tradicionais da cidade não determinam mais em quem o povo vai votar. Mesmo a participação direta a presença de dois ex-prefeitos (nomes que já tiveram grande influência) com discurso explícito pedindo votos foram insuficientes até mesmo para estar no “pódio” dos três primeiros lugares.
Embora muitos ainda pensem de forma politicamente nativista (escolher somente quem é nascido no lugar), ficou claro que os formosenses querem inovação e mudança nas representações de sua identidade, um processo de translação cultural no eixo político.
2. Propostas maravilhosas, por si, não seduzem mais. É preciso demonstrar que as soluções são exequíveis. A maioria das propostas dos candidatos se resumiram a um “título de slide de Power Point”. O formosense tem estado mais atento e percebido que ausência de cronograma e explicação de recursos (de onde sairão? como serão investidos? etc), mesmo que de maneira simplificada, soa como promessa vazia. O nível de exigência do eleitor tem aumentado.
3. Criticar sem propor soluções não é mais uma boa forma de fazer política. Do lado de fora é muito fácil apontar tudo que precisa melhorar e até dizer “eu faria assim e assado”. O uso abusivo desse recurso que cria um efeito contrário que se traduz em perguntas como “onde você estava com toda essa disposição nos últimos anos?”. Nesses contextos a crítica contra o criticado perde força, e em alguns casos pode inclusive voltar-se contra o crítico.
4. Ataques pessoais e escândalos podem ter efeito inverso. Geram polêmica sim, mas também chamam tanto a atenção que as pessoas vão querer saber mais os detalhes do que ocorreu. E aí se não concordarem com o tamanho da “cena” produzida, a crítica perde sua força e também se volta contra o crítico. É provavelmente o item que mais aumenta a rejeição contra um candidato.
5. OPINIÃO: compra de votos ainda funciona com pessoas ignorantes, mas garante cada vez menos resultados. O assunto circula em redes sociais até com apresentações de supostas gravações e fotos, então merece um comentário. Trata-se de um ato que qualifica o candidato como criminoso. Quem se utiliza disso não tem garantia alguma de ganhar, e nesse caso além da humilhação de ter perdido mesmo usando esse tipo de ardil, ainda fica com dívidas enormes, e o risco de investigações posteriores terminarem em cadeia.
6. FATO: o povo ficará cada vez mais informado de detalhes da política em Formosa, através de novas perspectivas. Já há uma massa crítica de pessoas fazendo análises mais profundas e multifacetadas dos acontecimentos da cidade, com alcance cada vez maior ao povo. Com mais informação haverá cada vez menos lugar para a politicagem, para a corrupção e inclusive para as mídias tendenciosas.