O que elas têm em comum? Todas cidades do Nordeste Goiano
Elias Lopes
Imagem meramente ilustrativa. Foto: Blog Dinomar Miranda
Flores de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Cavalcante (GO), todas no nordeste do estado, lideram o ranking dos municípios com os piores índices de qualidade de vida de Goiás.
Os municípios de Ceres, Goiânia e Catalão (GO) têm a melhor qualidade de vida. Todos ficam no centro sul de Goiás.
A pesquisa foi feita pelo Instituto Mauro Borges (IMB), ligado ao Governo do Estado de Goiás.
Esse é mais um indicador ruim que o nordeste de Goiás, uma das regiões mais pobres do país, apresenta e mostra que ela deve ser uma prioridade absoluta do governo central de Goiás, com atenções em todas as áreas, em especial, educação, saúde, saneamento básico, desenvolvimento, geração de emprego e renda, projetos de infraestrutura e investimento em áreas vocacionadas, como o turismo ecológico.
Enquanto a região não for uma prioridade, dificilmente os goianos de lá terão uma vida plena e digna.
Neste fim de semana, por exemplo, mostramos a saga dos doentes renais da região que precisam percorrer mais de 700 Km por dia para fazerem hemodiálise.
Ou faz isso ou morrem sem a assistência estatal.
Conforme a pesquisa do IMB, Flores de Goiás, com 15.050 habitantes, apresentou a maior taxa de pobreza com 68,83%, e a proporção de pessoas acima de 18 anos com ensino fundamental completo foi de 31,16%.
Em relação ao PIB, o município obteve o nono resultado mais baixo com PIB per capita de R$ 9.113,00.
A expectativa de vida foi de 72,96 anos, 4,7 anos menos do que o município de Rio Quente (primeiro lugar no IGL Qualidade de Vida).
A média do IGL Geral para os 246 municípios foi de 39,07, numa escala de 0 a 100.
Já a mediana, valor que deixa 50% dos municípios abaixo desse valor, foi de 38,42.
O menor valor do IGL geral ficou com o município de Flores de Goiás (23,77), enquanto o melhor resultado foi de Ceres (66,97).
A dimensão Saúde abarca principalmente aspectos ligados aos recursos físicos e humanos na área da saúde, como por exemplo, número de médicos, número de equipamentos de diagnóstico por imagem, entre outros.
O índice para esta dimensão apresentou média igual a 24,14. Esta dimensão foi a que apresentou maior dispersão relativa com coeficiente de variação (CV) igual a 33,62%.
Na área da Saúde, o município de Ceres com população estimada pelo IBGE em 2017 de 22.207 habitantes, conquistou o melhor desempenho com pontuação 73,71.
A cidade destacou-se nessa dimensão, em comparação com os demais municípios de Goiás, principalmente por apresentar a maior taxa de médicos por mil habitantes (5,85), a maior taxa de leitos por mil habitantes (13,10) e a maior taxa de equipamentos de diagnóstico por imagem por mil habitantes (5,27).
Em contrapartida, Baliza (GO) com população estimada em 2017 de 4.656 habitantes obteve o pior resultado no IGL Saúde com pontuação 5,41.
O município apresentou o pior resultado na proporção de pessoas com acesso à água potável, 28,74%.
A proporção de pessoas com acesso à rede de esgoto foi de apenas 4,91%. A taxa de leitos e enfermeiros por mil habitantes foi 0,00. Além disso, a cobertura vacinal corresponde à quarta pior do estado com apenas 21,12% das pessoas imunizadas
A dimensão Qualidade de Vida engloba indicadores relacionados às questões de segurança (taxa de óbitos por agressão), renda (pobreza, PIB per capita), habitação (déficit habitacional), educação (analfabetismo, ensino fundamental completo), trabalho (trabalho formal), dentre outros.
O objetivo é agregar aspectos que contribuam para o bem-estar da população e consequentemente, propicie viver mais e melhor.
No âmbito da qualidade de vida, o primeiro lugar ficou com Rio Quente (68,60) e o pior resultado foi obtido para a cidade de Flores de Goiás (37,60).
O município de Rio Quente com 4.112 habitantes sobressaiu-se no indicador de trabalho formal obtendo o primeiro lugar com 100% de formalização para a população em idade ativa e também atingiu a segunda melhor expectativa de vida com 77,66 anos.
Veja a integra da Pesquisa do IMB
